Condomínios se transformam para receber bikes

Compartilhamento, oficinas para reparos rápidos e depósitos privativos são exemplos de adaptações nos empreendimentos residenciais para acomodar novo estilo de […]

Por Tarjab
Em 30 de junho de 2021

Compartilhamento, oficinas para reparos rápidos e depósitos privativos são exemplos de adaptações nos empreendimentos residenciais para acomodar novo estilo de vida

Estadão Mobilidade
Por: Daniela Saragiotto

O aumento no uso das bicicletas, em especial nos grandes centros urbanos, fenômeno que se intensificou durante a pandemia da covid-19, tem transformado a dinâmica de diversos condomínios residenciais. De acordo com o SíndicoNet, plataforma de conteúdo e serviços para condomínios, empresa comprada no ano passado pela startup QuintoAndar, a busca por bicicletários em condomínios residenciais aumentou em 300%, entre janeiro e junho deste ano, e se transformou em fator importante para a escolha do imóvel. “Tem sido prática comum as pessoas priorizarem esses equipamentos em suas moradias. Também vejo as buscas por carregadores elétricos aumentando, principalmente para bikes elétricas”, diz Julio Paim, CEO do SíndicoNet.

Para atender a um público crescente que adotou a bike em seu cotidiano, seja como modal para o trabalho, seja como atividade física ou lazer, há iniciativas que vão desde o uso de bicicletas compartilhadas por meio de um aplicativo até as compradas pela própria construtora, além de pequenas oficinas para reparos rápidos montadas para os moradores, campanhas para doação das bikes antigas, entre outras.

Na Diálogo, construtora e incorporadora que atua há 34 anos em São Paulo, a maioria dos empreendimentos também conta com bicicletários. “Esses equipamentos são obrigatórios hoje e, em cada obra, aumentamos o número de vagas. Principalmente nos localizados próximos a metrôs ou ciclofaixas”, diz Guilherme Sallum Nahas, diretor da empresa.

“A arquitetura precisa estar à frente para conseguir antecipar tendências dos consumidores. Por isso, dizemos que é uma prática viva. Se a sociedade se transforma, como tem acontecido com o uso das bicicletas, os empreendimentos devem refletir essas mudanças”, diz João Leonardo Castro, diretor de desenvolvimento e gestão de projetos SKR, construtora que atua há 35 anos no mercado.

Em 2018, a SKR lançou seu primeiro empreendimento com bicicletário comunitário, localizado no bairro de Moema, zona sul da capital paulista. “Entregamos a obra já com as bicicletas e o uso é feito pelos moradores por meio de um aplicativo de reserva, que nós desenvolvemos, chamado Compass”, explica Castro. O app é um hub que centraliza diversos serviços aos moradores além do agendamento das bikes, como aluguel de automóveis, compra de produtos, limpeza ou manutenção do imóvel.

A iniciativa foi tão bem aceita que todos os empreendimentos entregues depois possuem o bicicletário. “A exemplo do que já tínhamos feito em Moema, em 2020, finalizamos uma obra na Vila Madalena que também conta com uma pequena oficina para reparos rápidos, com bancada, bomba e ferramentas, que tem sido muito usada. Além disso, disponibilizamos um ponto de carregamento para bikes elétricas na garagem. Os moradores já entenderam que esses itens fazem parte da composição de uma nova experiência de morar”, conclui Castro.

Empreendimentos têm a mobilidade urbana como foco

As iniciativas em condomínios residenciais feitas para acomodar um novo estilo de vida, em que a bicicleta tem papel de destaque, vem do foco dos empreendimentos em mobilidade urbana. Os espaços para carregamento de bicicleta elétrica, por exemplo, tem sido cada vez mais frequentes. Além do empreendimento da SKR na Vila Mariana, os três últimos lançamentos da Tarjab, construtora e empreendedora paulista, também trazem o ponto elétrico no bicicletário aos moradores em seus lançamentos mais recentes. São eles o Iman e o Lauto Vila Mariana, ambos localizados no bairro homônimo e lançados em 2020, e o Harmonie, no bairro da Saúde, entregue neste ano. “Acreditamos que a eletromobilidade, hoje uma tendência forte, será massificada em alguns anos. Por isso, é fundamental já oferecermos esse serviço aos clientes”, diz Vanessa de Moraes, gerente de Projetos da Tarjab.

Outro exemplo de adaptações com foco nas bicicletas vem da Vitacon, incorporadora imobiliária que possui, em todos os seus empreendimentos, estações de mobilidade com bicicletários e espaços para bikes e carros compartilhados. “Além disso, eles estão localizados próximos a estações de metrô e grandes centros comerciais, incentivando os condôminos a usarem cada vez menos veículos particulares para se locomover pela cidade”, explica Ariel Frankel, CEO da empresa. Neste ano, a Vitacon investiu R$ 2,5 milhões no movimento #ReinventaSP, com inauguração, em maio, de uma praça no bairro do Brooklin, zona sul da cidade de São Paulo, com itens como bicicletário, espaço pet, lixeiras seletivas, bancos e wi-fi gratuito.

O bicicletário, assim como os demais itens, são abertos ao uso da população, como entregadores e demais ciclistas. “A praça fica em terreno da empresa localizado em frente à estação do metrô, onde construiremos nosso novo empreendimento. Queremos com o movimento reforçar que o modo de viver e trabalhar no pós-pandemia pode ser mais consciente e com mais qualidade de vida”, diz Frankel.

Além dessa, a Vitacon planeja a entrega de novas praças e estações de mobilidade em 13 terrenos da empresa espalhados por São Paulo. “Acreditamos que as pessoas deverão migrar mais para um novo modelo de trabalho, como o total home office ou o estilo híbrido, o que reduz os longos trajetos pela cidade. Assim, cremos que irão voltar mais os olhos à intermodalidade, e as bicicletas terão papel ainda mais importante na dinâmica da metrópole”, finaliza.

Na CRB Construtora, empresa sediada em Sorocaba (SP), com diversos empreendimentos na cidade e em Campinas (SP), todos os lançamentos contam, desde 2016, com um depósito privativo para acomodar itens de alto valor, como bicicletas. O espaço tem, em média, 5 metros quadrados e foi projetado por solicitação dos clientes, como resultado de pesquisas feitas frequentemente pela empresa. Além disso, a construtora explica que passou a considerar o número total de moradores para projetar os bicicletários – incluindo crianças –, que, hoje, em suas obras, varia entre 30 e 100 vagas.

Na BR Work, empresa de planejamento de obras e soluções em serviços, uma das premissas é a integração dos espaços com seus usuários, tanto os externos quanto os internos. Em um dos seus edifícios, localizado na Vila Olímpia, há um bicicletário com 22 vagas, já com previsão de aumento, além de lockers inteligentes para entregas de delivery.

Matéria Publicada originalmente no jornal O Estado de S. Paulo – Mobilidade – SP; O Estado de S.Paulo – Home – SP – Online

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